Lilith
Greta Garbo nasceu em Estocolmo a 18 de Setembro de 1905.
Quando tinha 14 anoso pai morre e a pequena Garbo terá que abandonar a escola e começar a trabalhar. O primeiro emprego será numa barbearia e depois nuns armazéns de roupa.
Serviu de manequim para um catálogo de roupas e, isso abre-lhe as portas para entrar em dois filmes publicitários.
Aos 18 anos entra na
exclusivista Academia real de Teatro Sueca.
Pela mão do realizador sueco
Mauritz Stiller, Garbo chegou a Hollywood.
Depois da obra prima
The Saga of Gösta Berling em 1924 rodou The Joyless Street.
A sua beleza tornou-se cada vez mais sofisticada e a qualidade dos seus filmes era cada vez maior.
A fragilidade feminina e a independência inabalável é a receita que irá marcar uma série de actrizes e com a qual
GG foi a precursora.
Quando surge o sonoro, o mundo ouve a sua voz grave e sensual.
O primeiro filme sonoro que faz é
Christie em 1930 e será um espectacular êxito.
Garbo irá ser uma "Garbo
mystique" que se caracteriza pela sua impecável pontualidade, pela intolerância aos atrasos dos outros e pelo extremo rigor do seu trabalho.
Curioso será o facto de garbo não assistir à estria dos seus filmes, contudo, dias depois da estreia ia a um cinema e via o filma como qualquer espectador anónimo.
Quando em 1954 a Academia lhe atribuiu um Óscar também não esteve presente.
Em 1941 retira-se da vida cinematográfica e passa a viver em quase total isolamento.
Descrição será a sua principal característica.
É-lhe atribuída uma relação homossexual com uma amiga de longa data Mercedes de Acosta, todavia, não passará disso mesmo, especulações.
Também será criticada por não ter colaborado com os Aliados
durante a Segunda Guerra, no entanto virá a saber-se mais tarde que colaborou identificando pessoas pró-nazis em Estocolmo e que entregou chorudos cheques para um fundo de ajuda aos órfãos de guerra.
Quando fez 82 anos os
Reis da Suécia visitam-na e, sobre ela, dirá a rainha: "Ela é mágica!"
Numa das poucas vezes que falou sobre si disse: "
Eu nunca disse que queria estar sozinha, mas sim que me deixassem em paz. É completamente diferente."
Morre no dia 15 de Abril de 1990 com 84 anos vitima de um cancro da mama.
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Lilith
Há muitos anos atrás, por mero acaso, descobri a pintora mexicana Frida Kahlo.
As cores das suas obras, a força que transmitiam fascinam-me desde então.
Li imensa coisa sobre ela e, quanto mais lia mais a admirava. Creio que é difícil compreender e gostar do trabalho desta pintora mas, uma vez iniciado o explorar do que está por detrás dos seus quadros é difícil parar.
Em 2001/2002 Salma Hayek, contra tudo e contra todos co-produziu e protagonizou o filme Frida que deu a conhecer a mais algumas pessoas a mulher incrível que Frida Kahlo foi.
Nos seus 47 anos de vida, Frida sofreu poliomielite quando tinha apenas 6 anos, doença essa que originou uma atrofia na perna direita que mais tarde teve que ser amputada.
Aos 18 anos um acidente de autocarro esmagou-lhe a pélvis e provocou-lhe terríveis danos na coluna que lhe dariam dores até ao fim da vida para além de a impedirem de vir a ser mãe, uma benção que ela sempre desejou.
Um casamento tempestuoso, que duraria 30 anos, com Diego Rivera, também ele pintor, muitas relações amorosas - Trotsky e Chavela Vargas - por exemplo.
Kahlo teve uma vida desde sempre marcada pelo sofrimento e, é essa dor que está sempre presente em todas as suas obras.
As obras de Kahlo combinam a arte mexicana com o surrealismo europeu, disse um dia André Breton, contudo, há nos seus quadros uma honestidade surpreendente nos quais ela expõe a sua alma e o seu sofrimento em prol da sua arte e, sendo essa a sua realidade Frida rejeitou por completo a qualificação que Breton deu à sua obra - "Yo no pinto sueños...pinto mi realidad" pois nada tinha de surreal, uma vez que aquela era a sua dolorosa e irónica realidade.
Embora Frida Kahlo tivesse sido uma artista incrível viveu muito fora do seu tempo, pois só muito perto da sua morte é que conseguiu ganhar notoriedade, altura em que realizou a sua primeira exposição individual, porque até então viveu sempre ensombrada pela fama do muralista Diego Rivera.
Após algumas tentativas frustradas de suicídio Kahlo viria a morrer em 1954. Terá sido uma morte natural? Terá conseguido suicidar-se?
No seu diário terá escrito a última frase que deixa o mundo com a dúvida: "Espero alegremente a saída - e espero nunca mais voltar - Frida"
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Lilith
No 1º ano da faculdade foi-me pedido que fizesse um trabalho sobre uma figura, que tivesse de alguma maneira, marcado a história do séc.XX e, saiu-me em sorte, Simone de Beauvoir. Foi o princípio de tudo, de todo o meu interesse pela corrente feminista na história e na sociedade.
Nascida no principio do séc.XX em Paris no seio de uma família burguesa Simone de Beauvoir veio a rebelar-se a essa burguesia conservando apenas o sentido elitista da vida.
Simone conheceu Jean Paul Sartre quando ambos fizeram o exame final de Filosofia e, desde então, este passou a ocupar lugar de destaque na sua vida e no seu coração.
Contudo, Simone acabou por se converter num novo símbolo para a mulher uma vez que Simone de Beauvoir mostrou que a “mulher podia ser por si própria, além de estar com”.
Vivendo durante a 1ª Guerra Mundial fará parte da mudança social que surgirá um pouco por toda a Europa e, consequentemente, será também uma das mulheres do novo tipo que surgiu entretanto – a mulher livre –
Acreditando que poderiam mudar o mundo através da palavra queriam revolucionar a sociedade e o mundo, ou seja, sofriam de megalomania pura e estávamos nos anos 20 e anos 30 e, Montparnasse era o ponto de encontro dos artistas Trotski, Modigliani, Picasso, Breton entre outros.
Hoje em dia temos duas Simones e dois Sartres .
No primeiro casal, Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre eram pensadores, intelectuais e oradores excepcionais.
O segundo casal veio a público já depois da sua morte e, se Sartre era um “Dom Juan compulsivo e patético”, Simone necessitava de uma corte de admiradores, tanto assim que acabou por ser expulsa da docência por corrupção de menores.
Nas cartas que ambos trocavam, ridicularizavam os seus amantes. Nos seus diários põem a nú esse lado vil e mesquinho que ocultaram de tudo e de todos durante uma vida.
Apesar de todos os excessos e das relações paralelas que ambos mantinham Simone amou Sartre. Não se sabe se foi um amor sincero se inventado por Beauvoir mas, ainda assim, foi um amor.
Simone morreu com 78 anos, seis anos depois de Jean Paul Sartre e, após a sua morte, a sua filha adoptiva, Sylvie publicou as cartas de Simone com Sartre, cartas essas que acabaram por manchar o nome de Beauvoir porém, essas revelações acabaram por revelar o lado humano que havia em Beauvoir.
De qualquer maneira Simone de Beauvoir foi uma livre pensadora, uma mulher fora do seu tempo.
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Lilith
Este blog nasceu depois de eu ter lido a história de uma mulher extraordinária – Camille Claudel-.

Embora já tenha colocado aqui alguns posts e a ideia de fazer este blog há muito me perseguisse, foi só depois de ter “conhecido” a Camille que este espaço nasceu.
Eu sabia apenas que Claudel teria sido amante do famoso escultor Auguste Rodin, nada mais, no entanto Camille foi uma mulher notável, embora esquecida e perdida no tempo.
Segundo Rosa Montero, a autora do livro Histórias de Mulheres, Camille terá sido uma mulher de grande beleza, inteligente e talentosa que surgiu, digo eu, fora do tempo.
Nasceu em Villeneuve, França em 1864 e desde muito cedo mostrou grande talento para a escultura, talento esse reconhecido muito antes de Camille ter conhecido Rodin, contudo e, por ironia do destino, haveriam de lhe reconhecer as semelhanças do seu trabalho com o do escultor.
Em 1883 estudando em Paris e apenas com 19 anos, Camille conhece finalmente Rodin, 25 anos mais velho que ela.

Uma década foi o tempo que Camille e Rodin estiveram juntos, como amantes e como companheiros de trabalho e, foi precisamente nessa década que Rodin mais e melhor criou, ou seja, se Camille muito terá aprendido com Rodin, não menos certo será o facto de Camille ter sido grande fonte de inspiração para o mestre.
Existem muito poucas obras assinadas por Camille, contudo sabe-se que esculpia requintadamente o mármore ao contrário de Auguste.
Dez anos depois, tinha então Camille 29 anos e inúmeras obras feitas e um talento que não lhe era reconhecido, em parte talvez por ser mulher, em parte talvez por a sombra de Rodim a ter “esmagado”, Camille cortou com o mestre.
Embora se tivessem afastado a vida de Camille não melhorou em nenhum aspecto levando-a sim a afastar-se de tudo e de todos e a refugiar-se cada vez mais em si própria acabando por se perder num mundo só seu.
Em 1913 a mãe mandou que a internassem num hospital psiquiátrico no qual ficou os 30 anos seguintes da sua vida, acabando por morrer em 1943.
Não se percebe porque Camille foi internada num hospicio, uma vez que não era uma pessoa agressiva, o seu único mal era viver num mundo só seu e ter desenvolvido um complexo de perseguição contra Rodin.
Na fase da ausência, quando se começou a isolar do mundo, Camille destruiu grande parte das suas obras, outras encontram-se na posse de colecionadores anónimos.
Camille ficou conhecida como a amante de Auguste Rodin e como irmã do escritor Paul Claudell, nunca como artista, nunca como uma mulher genial.
Camille desde sempre foi condenada ao esquecimento…
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Lilith
Of Adam's first wife, Lilith, it is told

(The witch he loved before the gift of Eve,)
That, ere the snake's, her sweet tongue could deceive,
And her enchanted hair was the first gold.

And still she sits, young while the earth is old,
And, subtly of herself contemplative,
Draws men to watch the bright web she can weave,
Till heart and body and life are in its hold.

The rose and poppy are her flowers; for where
Is he not found, O Lilith, whom shed scent
And soft-shed kisses and soft sleep shall snare?
Lo! as that youth's eyes burned at thine, so went
Thy spell through him, and left his straight neck bent
And round his heart one strangling golden hair.


Daqui: http://www.liverpoolmuseums.org.uk
Lilith
(Foto minha)

Mais uma vez, aqui vou eu para uma nova etapa, o blogg que me faltava, o blogg que eu sempre começo mas, também o blogg que fica por continuar, que se perde, que se transforma...
Eterno retorno...