Lilith
Há muitos anos atrás, por mero acaso, descobri a pintora mexicana Frida Kahlo.
As cores das suas obras, a força que transmitiam fascinam-me desde então.
Li imensa coisa sobre ela e, quanto mais lia mais a admirava. Creio que é difícil compreender e gostar do trabalho desta pintora mas, uma vez iniciado o explorar do que está por detrás dos seus quadros é difícil parar.
Em 2001/2002 Salma Hayek, contra tudo e contra todos co-produziu e protagonizou o filme Frida que deu a conhecer a mais algumas pessoas a mulher incrível que Frida Kahlo foi.
Nos seus 47 anos de vida, Frida sofreu poliomielite quando tinha apenas 6 anos, doença essa que originou uma atrofia na perna direita que mais tarde teve que ser amputada.
Aos 18 anos um acidente de autocarro esmagou-lhe a pélvis e provocou-lhe terríveis danos na coluna que lhe dariam dores até ao fim da vida para além de a impedirem de vir a ser mãe, uma benção que ela sempre desejou.
Um casamento tempestuoso, que duraria 30 anos, com Diego Rivera, também ele pintor, muitas relações amorosas - Trotsky e Chavela Vargas - por exemplo.
Kahlo teve uma vida desde sempre marcada pelo sofrimento e, é essa dor que está sempre presente em todas as suas obras.
As obras de Kahlo combinam a arte mexicana com o surrealismo europeu, disse um dia André Breton, contudo, há nos seus quadros uma honestidade surpreendente nos quais ela expõe a sua alma e o seu sofrimento em prol da sua arte e, sendo essa a sua realidade Frida rejeitou por completo a qualificação que Breton deu à sua obra - "Yo no pinto sueños...pinto mi realidad" pois nada tinha de surreal, uma vez que aquela era a sua dolorosa e irónica realidade.
Embora Frida Kahlo tivesse sido uma artista incrível viveu muito fora do seu tempo, pois só muito perto da sua morte é que conseguiu ganhar notoriedade, altura em que realizou a sua primeira exposição individual, porque até então viveu sempre ensombrada pela fama do muralista Diego Rivera.
Após algumas tentativas frustradas de suicídio Kahlo viria a morrer em 1954. Terá sido uma morte natural? Terá conseguido suicidar-se?
No seu diário terá escrito a última frase que deixa o mundo com a dúvida: "Espero alegremente a saída - e espero nunca mais voltar - Frida"
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