Lilith
No 1º ano da faculdade foi-me pedido que fizesse um trabalho sobre uma figura, que tivesse de alguma maneira, marcado a história do séc.XX e, saiu-me em sorte, Simone de Beauvoir. Foi o princípio de tudo, de todo o meu interesse pela corrente feminista na história e na sociedade.
Nascida no principio do séc.XX em Paris no seio de uma família burguesa Simone de Beauvoir veio a rebelar-se a essa burguesia conservando apenas o sentido elitista da vida.
Simone conheceu Jean Paul Sartre quando ambos fizeram o exame final de Filosofia e, desde então, este passou a ocupar lugar de destaque na sua vida e no seu coração.
Contudo, Simone acabou por se converter num novo símbolo para a mulher uma vez que Simone de Beauvoir mostrou que a “mulher podia ser por si própria, além de estar com”.
Vivendo durante a 1ª Guerra Mundial fará parte da mudança social que surgirá um pouco por toda a Europa e, consequentemente, será também uma das mulheres do novo tipo que surgiu entretanto – a mulher livre –
Acreditando que poderiam mudar o mundo através da palavra queriam revolucionar a sociedade e o mundo, ou seja, sofriam de megalomania pura e estávamos nos anos 20 e anos 30 e, Montparnasse era o ponto de encontro dos artistas Trotski, Modigliani, Picasso, Breton entre outros.
Hoje em dia temos duas Simones e dois Sartres .
No primeiro casal, Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre eram pensadores, intelectuais e oradores excepcionais.
O segundo casal veio a público já depois da sua morte e, se Sartre era um “Dom Juan compulsivo e patético”, Simone necessitava de uma corte de admiradores, tanto assim que acabou por ser expulsa da docência por corrupção de menores.
Nas cartas que ambos trocavam, ridicularizavam os seus amantes. Nos seus diários põem a nú esse lado vil e mesquinho que ocultaram de tudo e de todos durante uma vida.
Apesar de todos os excessos e das relações paralelas que ambos mantinham Simone amou Sartre. Não se sabe se foi um amor sincero se inventado por Beauvoir mas, ainda assim, foi um amor.
Simone morreu com 78 anos, seis anos depois de Jean Paul Sartre e, após a sua morte, a sua filha adoptiva, Sylvie publicou as cartas de Simone com Sartre, cartas essas que acabaram por manchar o nome de Beauvoir porém, essas revelações acabaram por revelar o lado humano que havia em Beauvoir.
De qualquer maneira Simone de Beauvoir foi uma livre pensadora, uma mulher fora do seu tempo.
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